Funcionamento da gestão da reserva financeira da raem e respectivos dados do 1.o semestre do ano de 2017 (Fonte : Autoridade Monetária de Macau)


  • Até finais de Junho de 2017, os valores totais dos activos da Reserva Financeira da RAEM foram, segundo as estatísticas preliminares, estimados em MOP478,06 mil milhões, dos quais, a reserva básica representava MOP127,95 mil milhões e a reserva extraordinária MOP350,11 mil milhões. Por sua vez, com a adopção contínua das estratégias dos investimentos baseadas nos princípios da segurança, da eficácia e da estabilidade, nos primeiros dois trimestres, os rendimentos dos investimentos registados da Reserva Financeira ascenderam a MOP10,09 mil milhões, correspondendo a uma rentabilidade anual de cerca de 4,4%.
  • No primeiro semestre de 2017, a distribuição dos investimentos dos activos da Reserva Financeira continuou a consistir em títulos internacionais (31,5%), em acções (13,1%) e em produtos dos mercados monetários (55,4%), conforme Tabela 1, que envolveram principalmente USD, HKD e RMB.
  • Na área dos títulos, como resultado, por um lado, das subidas anunciadas pelas Reserva Federal dos EUA, respectivamente, no primeiro e segundo trimestres do ano transacto e, por outro, das perspectivas dos bancos centrais europeus sobre a recuperação económica, os preços dos títulos foram marcados por certo impacto negativo. Assim, em comparação com a situação, o desempenho dos títulos dos EUA e do Reino Unido foi melhor do que o da Zona Euro; por sua vez, o desempenho do mercado dos títulos interbancários chineses foi menos favorável, devido a que as políticas monetárias do Continente foram mais neutrais. Assim, no primeiro semestre de 2017, nos investimentos em títulos da Reserva Financeira, os rendimentos deles decorrentes cifraram-se, no total, em cerca de MOP2,51 mil milhões.
  • No capítulo das acções, os activos desta categoria registaram, no primeiro semestre, um bom desempenho, o que se deveu, na verdade, à melhoria constante da economia dos EUA, à redução dos riscos políticos na Zona Euro, à subida significativa, verificada neste período, nos mercados bolsistas dos países desenvolvidos, bem como ao desempenho destacado nos mercados dos países emergentes, os quais constituíram o segmento de acções com desempenho mais favorável, no âmbito da Reserva Financeira; por sua vez, os mercados de acções “A” voltaram a ser marcados por uma tendência de subida. Beneficiando das estratégias de distribuição equilibrada dos activos nos mercados internacionais, a evolução dos investimentos gerais do tipo “equity” da Reserva Financeira correspondeu praticamente, à tendência dos principais mercados bolsistas internacionais. Até finais de Junho, no capítulo dos activos da categoria “equity”, foram registados lucros no valor aproximado de MOP5,96 mil milhões.
  • No que se refere aos mercados monetários, as duas subidas anunciadas, no primeiro semestre, pela Reserva Federal dos EUA, contribuíram para elevar a taxa de juros do USD nos mercados monetários. A afectação dos fundos foi concretizada pela Reserva Financeira, de forma faseada e oportuna, de acordo com a realidade das taxas de juros dos mercados. Até finais de Junho, os rendimentos decorrentes dos juros de depósitos totalizaram cerca de MOP1,92 mil milhões.
  • No âmbito dos mercados cambiais, desde o início do ano, tendo em atenção que o USD não conseguiu manter a tendência forte verificada no ano transacto, o câmbio da maioria das moedas internacionais contra o USD acabou por registar uma subida de diversa ordem; e, no segundo trimestre, atendendo à atitude firme de determinados bancos centrais principais, em relação às políticas monetárias, o preço do USD foi diminuído, como consequência da redução da vantagem do “spread” do USD. No decorrer deste período, a Reserva Financeira ajustou, de forma atempada, a proporção dos riscos da carteira de divisas e concretizou, de modo razoável, operações “hedging” dos riscos decorrentes do câmbio, assim, até finais de Junho, o valor total dos prejuízos cambiais, após dedução das despesas com as operações “hedging” dos riscos cambiais, acabando, por marcar por uma redução significativa, até ao nível dos MOP300 milhões.
  • De um modo geral, no primeiro semestre de 2017, conforme Tabela 2, as receitas dos investimentos globais da Reserva Financeira ascenderam a MOP10,09 mil milhões, correspondendo a uma rentabilidade anual de cerca de 4,4%. Destas, foi registado um comportamento favorável relativo nos investimentos em acções (categoria de investimentos de maior risco) devido ao grande aumento nos correspondentes mercados bolsitas, constituindo esta categoria de investimentos a maior fonte de receitas do primeiro semestre da Reserva Financeira, enquanto que a carteira de títulos e de depósitos (investimentos de natureza defensiva) continuou a proporcionar rendimentos estáveis, no entanto, foi registada uma ligeira perda nas receitas das divisas, na medida em que uma parte de receitas sofreu o impacto decorrente dos custos das operações “hedging” relativos aos riscos cambiais.