O Secretário para a Economia e Finanças, Leong Vai Tac, efectuou, dias antes, visitas aos estabelecimentos comerciais localizados nos Distrito do San Kio, Distrito Norte, Distrio Central e Distrito das Ilhas, tendo ainda encontro com responsáveis das diversas associações comerciais e profissionais, no intuito de tomar conhecimento do ambiente daquelas zonas no que diz respeito à exploração de actividades comerciais e as opiniões manifestadas pelos moradores desses locais sobre o desenvolvimento da economia comunitária, auscultando, ao mesmo tempo, comentários em torno dos diversos temas, tais como, a forma de aproveitamento do desenvolvimento da economia comunitária para melhorar o ambiente de negócios das zonas e ruas relacionadas, promovendo o desenvolvimento sustentável das respectivas zonas; preservação das boas tradições comunitárias; impulsionamento aos jovens no desenvolvimento dos seus potenciais criativos; aumento do espaço para os jovens iniciarem a sua carreira empresarial, entre outros.
Acompanhado pelos responsáveis da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau e da Federação Industrial e Comercial das Ilhas de Macau, o Secretário deslocou-se aos quatros distritos do território para visitar algumas lojas lá situadas. Ao percorrer as ruas, o Secretário aproveitou para inteirar-se do ambiente de negócios existentes naquelas zonas, tendo prestado maior atenção à situação de exploração dos estabelecimentos comerciais nelas instalados. O mesmo responsável visitou, em particular, o espaço criativo, projecto da revitalização da zona antiga finalizado recentemente, que se situa no Pátio de Chon Sau da Nossa Senhora do Amparo, tendo ouvido os jovens empreendedores respectivos que lhe transmitiram as experiências na criação das suas pequenas lojas com características cultural e criativa, bem como a situação de exploração dessas actividades, aproveitando ainda para manter uma conversa amigável com os moradores a fim de saber as suas ideias quanto à dinamização da economia comunitária.
Resumindo genericamente as opiniões recolhidas das lojistas, os quatro distritos dispõem de diferentes características, todavia, têm como consumidores principais os residentes locais. E em algumas ruas, o facto da diminuição gradual das fontes de consumidores devido ao envelhecimento progressivo das instalações, aliado aos poucos turistas que lá deslocaram, deixou os estabelecimentos comerciais localizados naqueles sítios sentirem cada vez mais difícil a exploração das suas actividades, dando origem a uma degradação dos seus negócios. Há uns comerciantes que reflectiram que, ao longo dos anos passados, as pequenas empresas nas zonas antigas, para além de não terem conseguido partilhar os frutos provenientes do desenvolvimento rápido da economia, tinham que sofrer problemas, como a subida dos custos de exploração por causa do aumento da renda e de salários e a falta de mão-de-obra. Outros comerciantes manifestaram o seguinte: as pequenas e médias empresas enfrentam enormes dificuldades na exploração das suas actividades, dando origem ao desaparecimento gradual de certas lojas tradicionais, velhas e prestigiadas; devido ao desenvolvimento rápido da economia nos últimos anos, tanto as lojas velhas e tradicionais como os jovens empreendedores necessitam de sofrer elevados custos no âmbito da manutenção dos seus negócios e no da criação das suas empresas, respectivamente; a perda de clientes e a diminuição de volume de negócios dado ao fraco planeamento do trânsito e respectivas instalações complementares nos referidos locais. Por isso mesmo, fazem votos de que o Governo tome medidas para incentivar a vida económica naquelas zonas, providenciando no sentido de preservar as características culturais locais, aperfeiçoar as instalações complementares do trânsito e de negócios nas diversas zonas e ruas; injectar nova dinâmica para as diversas zonas e ruas através de desviar os turistas e encaminhar os consumidores jovens para as zonas antigas; prestar apoio às pequenas e médias empresas para fazer face à nova normalidade da economia, assegurando o desenvolvimento contínuo e próspero da economia local.
Posteriormente, o Secretário Leong Vai Tac reuniu-se com responsáveis provenientes das oito associações industrial e comercial e organismos juvenis, bem como com cerca de vinte profissionais oriundos dos diversos sectores sociais, pretendendo ser ouvidas as suas opiniões sobre a forma de dinamização da economia comunitária para fazer face à nova normalidade da economia. Apesar de alguns participantes recearem que a dinamização da economia comunitária poderia impulsionar o aumento da renda, puxando para cima os custos de exploração nas respectivas zonas, a maior parte dos presentes e comerciantes entrevistados acharam, em simultâneo, que, desde que a vida económica nas zonas se mantivesse revigorante, os comerciantes, quando tivesse suficiente volume de negócios, iriam, sem dúvida, a pensar se valeria ou não a pena de investir nas actividades exploradas.
Quanto às opiniões de o desenvolvimento da economia comunitária afectar o ambiente da vida quotidiana dos moradores nas respectivas zonas, alguns participantes no encontro com o Secretário e os moradores indicaram que, se as zonas não se sujeitavam a quaisquer acções de revitalização, tornar-se-ia cada vez menos o número de pessoas que lá passavam. E o envelhecimento das instalações levaria a que essas zonas se transformassem nuns sítios desertos, provocando, por consequente, impacto negativo para os moradores desses lugares. Por isso, sugeriam que seja aproveitado o desenvolvimento da economia comunitária para aperfeiçoar as diversas instalações comunitárias e os equipamentos complementares do trânsito, embelezando o ambiente das zonas, permitindo, em primeiro lugar, aos cidadãos gozarem das vantagens resultantes do desenvolvimento dessa economia, e, de seguida, diligenciando para atrair a deslocação dos moradores doutras zonas e também dos turistas para aqueles lugares para efeitos de consumo.
Os participantes no encontro emitiram também sugestões e comentários sobre as seguintes matérias: planos estratégicos para o fomento da economia comunitária; definição de um bom planeamento para o desenvolvimento das diversas zonas comunitárias; descoberta da cultura específica de cada zona comunitária e identificação das respectivas vantagens de desenvolvimento; definição do posicionamento funcional para cada zona; optimização dos trabalhos de desvio dos turistas; encaminhamento dos turistas para as zonas antigas, entre outros assuntos.
O Secretário Leong Vai Tac referiu que a economia comunitária será um dos meios para fomentar a diversificação adequada das indústrias de Macau e promover o equilíbrio da procura em toda a sociedade local, afirmando que, através do desenvolvimento da economia comunitário, poderão ser proporcionados espaços para a sobrevivência das marcas específicas de Macau e das lojas velhas locais, permitindo a preservação e o prolongamento das tradições comunitárias de qualidade e respectivos valores, oferecendo aos turistas mais opções em matérias de lazer e de consumo durante a sua estadia em Macau. O mesmo responsável está convicto de que tudo isto poderá ajudar a enriquecer o conteúdo de Macau enquanto um centro mundial de turismo e lazer, sendo, portanto, umas das tarefas prioritárias a desenvolver aquando da construção do referido centro. Relativamente aos cidadãos locais, o Secretário entende que a economia comunitária, uma vez fomentada, irá facultar aos residentes maiores espaços para consumo, acreditando que o aperfeiçoamento das instalações, forma de gestão, equipamentos complementares do trânsito, etc., nas zonas comunitárias poderá também ajudar a melhorar o ambiente e a qualidade da vida dos moradores desses lugares.
O encontro contou ainda com a presença dos dirigentes dos serviços públicos da área de economia e finanças, bem como dos assessores do Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças.
